domingo, 28 de dezembro de 2008

vulnerabilidade, a palavra:

Não sei até que ponto tudo isto é bom.
Sempre soube lidar com tudo, mas tu vieste abalar todos os alicerces...

Não há palavra que eu te diga que não seja verdade - e isso é que me assusta. Dantes as palavras não tinham significado, apesar de haver palavras proibidas, outras eram jogadas no tempo certo mesmo que fossem mentira.

e agora não há uma que não seja verdade. Não sei se estou a gostar de palavras tão sinceras...

Gosto e não gosto. gosto e não gosto.

Também não sei para onde foi a minha desconfiança, no passado as pessoas diziam-me as coisas e eu não acreditava, procurava provas e ficava sempre com um pé atrás.
Agora cada palavra que tu dizes eu acredito! Como é possível?

Falaste em esperar. Eu esperei um bocadinho, não muito porque eu sou impaciente, até que surgisse a palavra que definisse isto tudo.


'Vulnerabilidade'
É disto que eu não gosto.

O amor é novo, mas inegável. A paixão e a luxúria ainda menos. Mas o facto de sentir que não estou nas minhas mãos, isso assusta-me um bom bocado...


Estou nas tuas mãos sabes? Vê lá o que fazes pah.
Entreguei-me apesar da tua alegada instabilidade, bla bla bla whiskas saquetas, não me interessa. Instabilidade é o meu nome do meio também.
Entreguei-me apesar de saber que somos muito iguais e de saber que há montes de coisas que nos podem fazer falhar.
Guess what? Quero lá saber! 'CAGUEI'

Se nós acabarmos só amizade, é na paz, mas agora não estou com o botão desligado.



(e a distância aumenta, pessoas novas, mais vulnerabilidade - não devia ser ao contrário?)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor?... As nossas bocas juntas!...

Florbela Espanca


As ilusões estão defuntas agora
Só o seu fantasma passeia nos corredores
Mas não me assusta, pois ilusões dos dias de paixão
São memórias de amor numa caixa de cartão.
Sabes que essa caixa está na minha secretária? Está fechada, mas eu sei bem o que tem guardado...
E não me importo de olhar para ela, ainda bem que a tenho! É sinal que vivi os dias contigo e isso eu não trocava, apesar de tudo...
Apesar dos orgulhos do outro mundo que assassinaram as ilusões
Estou bem porque não quero muito mais do que tenho...
Porque há ilusões que ainda se podem espreitar só porque são bonitas e se pode fechar a caixa a seguir, e pôr um bocadinho de fita cola para só saiam quando quero.




O resto, meu Amor, já tu sabes!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Eles disseram que o mundo era redondo!

Eles disseram-me que o mundo era redondo.
Eu não acreditei...
Verde mundo não azul, fui eu que o criei!

Montanhas submarinas
Com estrelas a voar:
Vácuo a cantar [la la la la sssssssshhhhhhhhh]

É o apocalipse da imaginação etérea
Perene desta vez -
TU NÃO VÊS?

Corta os pulsos nas beiras
do mundo quadrado que criaram para ti
c a i r p a r a o v a z i o
















Eles disseram que o mundo era redondo.
Eu acreditei.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A rapariga.

Ela estava numa encruzilhada, numa bifurcação do caminho.
Três semanas antes tinha enveredado por uma estrada, que se tornou uma autoestrada de emoções. Tudo lhe dizia que essa estrada era curva, mas ela só via rectas há sua frente - nada indicava que era preciso travar... Por isso deslizava no piso e gostava, sentia o vento e a adrenalina da liberdade, da felicidade, da primeira paixão verdadeira por si, pela vida, por outra pessoa.

Foram três semanas de palavras verdadeiras, digitais e analógicas, silenciosas às vezes.

De repente, foi vista por outros. E um muro apareceu à sua frente - perto, tão perto que ela se perguntou como não o tinha visto. E de cada lado desse muro apareciam duas estradas.

A estrada da esquerda parecia mais acessível, com uma curva menos apertada, uma estrada mais recta, mais lisa, uma estrada comum. Tinha riscos em pequeno grau, mas todos iam gostar que ela a seguisse.
A estrada da direita era íngreme, de paralelepípedos, tinha risco em grandes quantidades e apenas uma pessoa a apoiá-la. Ela sabia que essa era a pessoa certa, que tinha com vindo com ela na viagem da paixão, adrenalina, felicidade e amor daquelas três semanas e sabia que essa pessoa ia acompanhá-la durante muito tempo (se escolhesse a estrada dela).

Uma escolha solitária. Segundos pareciam anos, enquanto derrapava. A estrada da esquerda berrou, destruiu a estrada da direita - e o medo sobrepõs-se. Derrapou para um lado, [lembrou-se do amor] derrapou para o outro, mas o M E D O (imesurável entidade) puxou-a para a esquerda...

O caminho é mais fácil, a paisagem pode não ter beleza mas não é selvagem nem tem perigos: mas falta A pessoa. A pessoa que deu sentido à viagem e à vida.

Ela, a rapariga da encruzilhada, esqueceu-se no entanto de uma coisa - a dor. A dor tão forte que a imobilizou! A dor do vazio de já não ter companhia na viagem.

Agora está parada, na berma da estrada, a ver a região árida e a pensar nas três semanas - a sentir o que são remorsos e saudades.
A culpa era toda dela de não ter ido pela direita.
A dor fá-la chorar.
A saudade é profunda (e ainda há pouco derrapou!) e fá-la ficar a relembrar.
As viagens pararam. Não mais serão feitas.







O sorriso foi, mas tu ficaste.
Perdemos tudo, mas tu ficaste.
E vais ficar em mim, por mais que
percorras outras estradas...

Por mais que não me olhes,
O teu olhar vai ficar.
Por mais que não me fales,
A tua voz vai ficar.

E eu vou ficar na beira da estrada,
a estrada que escolhi,
enrolada a sentir a tua falta
.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Bate
Prende
Morde
Toca
Arranha
Beija
Magoa





Fode[me]

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Luzes!

Luzes!!!!

acordo com luzes e deito-me com luzes.
ponho os óculos de sol mas a luz cega-me e as outras luzes também...
nas aulas estou com os olhos semicerrados, eu tento, eu tento, mas as luzes são tão fortes!

ao almoço tudo é luz e som e confusão e copos e mil e vinte e sete pessoas à minha volta, à velocidade da luz, e vão e vêm, vão e vêm, eu olho e já não estão lá e de repente AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH branco preto branco preto branco preto,branco, preto, branco, preto, branco, preto, branco, preto, branco, preto, branco, preto,branco, preto, branco, preto, branco, preto, branco, preto, branco, preto, branco, preto,branco, preto, branco, preto, branco, preto

eu qero fugir mas aqui estou tão bem: não tenho de fazer mais nada do que sentir a dor da L U Z.

luzes amarelas à noite e buzinam e gritam mesmo aqui ao meu lado, vou-me já esconder ali, quero que sejam 4 da manha por favor por favor por favor por favor!











respirar.

são quatro da manha e a luz diminuiu, agora é só um pontinho nos meus olhos... Agora sim, posso respirar.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

de que vale gritar?

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Algo que mói...

Passaram três anos
Outra janela,
Outra aula,
A mesma chuva lá fora
As árvores e o jardim.

Mas em mim não há árvores
Em mim não há flores
Em mim não há
(também não chove muito por aqui...)

Às vezes preferia que chovesse
Chovesse tanto, torrencialmente,
Que inundasse tudo
E tudo levasse
E tudo lavasse!

Porque falam comigo
Eu falo com eles
Mas não há nada para contar...
Gritam comigo
Eu grito com eles
Mas não há nada para gritar!

Falam comigo
Eu falo com eles
Mas o silêncio ainda dói:

Algo que mói...

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Eu, Porto.

Sei que amanhã
Vou ter de esperar
Mas não me importo!

Vou-me sentar no cais,
Pegar na guitarra
E cantar que vim do Porto.

Ao cantar a minha cidade
Canto-te a ti:
Os passeios, os beijos
As ruas que percorri...

As lágrimas que chorei
À beira-mar e à beira-rio
As vezes que me embriaguei
As vezes que discuti contigo.

Ao cantar a minha cidade
Canto-te a ti
E a mim.

Sobretudo a mim...

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

unfinished [wings]

I wanna know how it feels
to have wings.
I wanna touch the skies
Of a thousand springs.

If only I could be free...

Let me tape all your moves
Record all your moods.
I wanna bathe in the light
Of a thousand moons

If only I could be free!

Chained down below
In a corner of my heart
I lie.

Burried in screams
I'm the ways and the means
I lie!

If only I could be free.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Uma noite.
Um bar.
Não foi normal.

Olhei para ti e algo estava errado... Mas o quê? Roupas certas, cabelo certo, bebida certa.
Olhar errado? Como? Onde?

Eu achava que tinha as verdades na palma da mão - os 'nunca, jamais' - mas reparei que agora estavam no chão.

Eu cá não danço, mas tu dancaste até mim.
"Eu sei que já sabes."
"Já sei o quê?"
"Que eu sou eu!"
"Fogo, não tou a perceber. Devo ser lenta."
"Lenta? Não me parece. Acho que és rápida demais e não queres admitir. Porquê?"

Sorriste. E beijaste-me.

Pela primeira vez fiquei completamente sem ar. Não fechei os olhos e tu também não.
Sabias a vodka preta e cheiravas a mar. Não consegui pensar, deixei de ouvir, gelei completamente e incendiei logo a seguir

E saíste.
Deuses! fiquei a pensar naquilo o resto da noite, acordei contigo e fiquei assim a tarde toda. Até que me mandaste a mensagem:




"Ainda bem que não fechaste os olhos."

terça-feira, 22 de julho de 2008

Maré vai, maré vem.

É certo e sabido que as marés mudam. sim. mudam em determinados intervalos de tempo, e li em qualquer lado que isso tem a ver com eixo de gravidade Terra-Lua...

Só não sabia que a minha maré ia mudar tão depressa - não foi durante um mês, nem sequer uma semana. Bastou uma noite. Uma Lua cheia.

Eu estava perdida em ti, perdida em mim, andava a vaguear por aí! É certo que tinha portos de abrigo, mas nessa Lua cheia, os portos de abrigo transformaram-se em rochedos, contra os quais o meu modesto barco (a remos) foi bater...
Nessa noite de Lua cheia, fomos como num bando, perdemos o Norte nesse mar de luzes e de cheiros e quem sabe de mais coisas que nos embriagaram. E chegou uma altura em que me perdi de ti.

Quando me encontrei fui à tua procura, andei pelo oceano mas, surpresa das surpresas!, encontrei-te nos rochedos:
Escondido nas sombras encontrei-te, olhei-te e descobri qe nunca mais te podia ver na vida - trocaste o meu barco a remos por algo com motor (bem me tinham dito para remendar o casco!!)

A minha maré mudou, quando a lua cheia me revelou o teu corpo, perdido noutro corpo ou coisa [agora acho que foi só uma coisa].

O meu barco virou, eu naufraguei - durante quanto tempo não tenho a certeza. Mas sei que agora não preciso de um barco, nem sequer de uma Lua...

Sou Terra e Sei nadar.

sábado, 19 de julho de 2008

A minha banheira!

É Verão, está sol e calor, e a Truta trocou o seu rio por uma praia escaldante. Sim, que isto não só coisas depressivas e esquisitas, músicas indutoras de reflexão e outros que tais!

Pois bem, aqui vai algo que me ocorreu nestes dias de calor...

A minha banheira
Por mais que eu queira
Não é o mar!

Enchi-a até cima
Vesti o bikini
Para ir nadar...

Mas não tinha ondas
Não tinha peixinhos
nem algas a flutuar!!!

Enchi-a de sal
Mas nem assim
Ficou igual...




(digam lá que isto não é uma óptima música para se cantar quando uma criancinha aos berros não quer tomar banho? xD)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Eles.

Eu sou uma unidade única. Mas já vivi tanto...
Como diz a canção 'all these stories don't mean anything if you ain't got no one to tell 'em to'.


Eles estão lá quando estamos tristes, mas acima de tudo estão lá quando estamos contentes - eles não têm inveja, antes ficam contentes connosco (o que é raro, hoje em dia).

Milhares de digitos em mensagens, que tanto podem ser fúteis como dizer algo único.
Horas ao telefone, a dizer tudo e nada...

Às vezes são as palavras mais banais que marcam, quando ditas no momento certo - outras vezes é simplesmente estar lá (nem que seja partilhar um banco do jardim a ouvir música).








Contam-se pelos dedos de uma mão [e no entanto parecem TANTOS]

Eles sabem quem são =P


*e para eles não há beijinhos porque apesar de tudo, isso não é o mais importante =)*

terça-feira, 1 de julho de 2008

Tortura sináptica

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tortura sináptica = máquina do novo século. APOCALIPSE

(patos a voar ao contrário)

domingo, 29 de junho de 2008

S. João

Se neste S. João
Eu te visse na rua
Tinha ido ter contigo.

Ao fim de quase um ano
Dir-te-ia sem medo
"Quero que sejas outra vez meu amigo"

Estivesses de copo de cerveja
E martelo na mão
(ou, quem sabe, outra mão de outra pessoa)
Eu iria ter contigo.

E esperava pela martelada
Da tua resposta... (honesta)

Mas este S.joão choveu
E eu mal saí de casa...
Não vi o Fogo, mas também
Tantas cores são uma farça.




*someone hit the light, 'cause I've seen everything*

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Dizes que o que escrevo
Não tem qualidade.
Sei bem que o fazes
Por pura maldade...

Dizes que as letras
Ficam melhor em inglês,
Eu digo que se sentem
Bem melhor em português!

A distorção é para ti indiferente
Não te interessa se é jazz ou punk -
só sabes criticar.
Engraçado, nunca te ouvi a tocar...

Sabes que mais?
Vai à merda.
Eu toco o que gosto
Se me apetecer saltar, salto.
E só porque tu não ligas
Vou pôr a distorção mais alto.

Rua do Fim do Mundo

Continua a descer a rua
Que vai dar ao fim do mundo
Estás feliz, radiante
Chegaste a algo mais profundo.

Percebeste finalmente?
Ninguém é doente (a não ser que o sinta)

Agora já não precisas
De me dar o braço (ao descer a rua):
Deste-me um abraço
E foste.

Hoje vou ficar por casa
Não quero andar...
Preciso de parar, cantar,
Apreciar a calma escassa.

(também se te visse descer a rua
Não ia gostar. Ia chorar.
Mais vale ficar por casa, a cantar)

terça-feira, 27 de maio de 2008

Deixo-me ir tão levemente
Por entre os sentimentos
Num dia estou feliz
No outro estou com medo
(e tudo porque não me respondes às mensagens...)

Se calhar devia crescer
E ligar menos às horas
Às demoras...
Se calhar devia pedir menos.

Queria voltar
A uma semana atrás
Tudo era brincadeira
E eu estava menos apreensiva...

Digo-me racional, mas não tenho certezas
Sem pontos finais, onde está a racionalidade?

(quem me dera não ter telemóvel, assim não respondias às mensagens)
Entraste a meio da loucura
E deixaste-te ficar...
Com o teu cheiro a gin
Marcaste algo em mim
E Desapareceste.

Outra vez:
Agora com chá e fumo
E ficaste mesmo contra
Todas as hipóteses,
Não explicaste como.

Mas não sei quando te vou Ver.
Talvez quarta-feira eu ainda queira
Sentir o gin que não deixaste
(agora é só chá)
o Álcool onde está?

A tua simplicidade embriaga-me.
És normal
És um entre muitos, tal como eu
e Desta vez não doeu! (acho eu)

Até lá, Boa noite, Beijinhos e Abraços
Gosto muito que estejas aí.

*

domingo, 18 de maio de 2008

Já nem me lembro das palavras que te disse.
Só sei que de repente voltei a perder-me.

Tinha dito que nunca ia haver nada entre nós mal entrei no carro:

Só me lembro de estar a descer contigo a rua e de desligar de tudo para além das luzes e do [teu] corpo e do [teu] sabor - o resto já tu sabes, não vale a pena escrever...

acordei e senti-te nu. (outra vez?)

quem me dera ter desligado então de vez, mas vi-me em estado de alerta, a fugir não sei bem de quê - quem me viu deve ter pensado que era maluca.


Acertaram.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Engraçado.

É engraçado...

Saí do meu mundo
Das minhas pessoas
Dos meus bons hábitos.

Saí da música indie
da filosofia dos blogues
Encontrei procedimentos mais práticos.

Este novo mundo
Não sabe o que são lâminas
Não conhece o sangue
Derramado pelas lágrimas
(ou pelos pulsos mal cortados)

Por fora, estou integrada.
Por dentro, estou deslocada.

Mesmo assim, nesta comunidade tão sã
Não me viram as cicatrizes
Mas adivinharam-nas...

Fico a pensar como,
Fico mesmo!
Será que val a pena
sair deste marasmo?

Se calhar...


[acabei de ter um vislumbre de alguém como eu... será coincidência tudo o que me aconteceu?]

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Hoje foste tu

Afastar-me
Com a maré sumir
O desejo de fugir
Incendeia-me.

Mais alguém que deixei ficar
Na beira da estrada...
Mudo de lugar
Para trás não fica nada

Os objectos, guardo-os
As memórias, apago-as
O meu modo é circular
As decisões sempre erradas!

Hoje foste tu
E eu
Quem deixei ficar mal...
Desculpa, eu sei que não sou normal!

Foste diferente
Mas nem assim mudei - desisto.

Amanhã voltarei a ser eu
E outro alguém (coitado!)
Tento aprender e não consigo
Já estou habituada a ficar comigo

(o alarme vou ligar, para me despertar em tais situações)

Fica com a a garantia de que foste o último
E o que significou mais
Talvez porque foste diferente
E os outros iguais...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Chamem-me egoísta, mas a maior angústia que posso sentir é sentar-me em frente ao computador e não saber o que escrever.

Olhar para o ecran e pesquisar o meu cérebro por pensamentos e não encontrar nada de realmente relevante para comunicar!

Tudo o que ocupa as minhas sinapses são as trivialidades da minha existência, que passa despercebida a toda a gente e no fundo não interessa a ninguém - quem é que quer saber de matéria de bioquimica, anatomia, de ter ensaio e não ter nada preparado ou de ir para um festival e estar em luto?

Sinto que estou a regredir: quanto mais social fico, menos me posso considerar um "ser pensante".

Até a maneira de escrever está a ficar uniforme - é agora que vou cortar os pulsos...




(para quem não tinha nada para escrever, já escrevi merda demais)

sexta-feira, 28 de março de 2008

(São 8:35 da manhã e estou sentada à frente de um pc da minha escola)

Apeteceu-me vir ouvir as 20 ventoinhas dos computadores mais o som do ar a sair dos dois aquecedores na parede.
Alguém tosse ao longe...

Pego nas folhas e pela primeira vez há muito tempo ouço o som das páginas a virar (eu estudo sempre com phones). A grafite no papel, meu Deus, como já não lhe sentia o cheiro!

Olho pela janela e vejo os empregados da jardinagem a trabalhar - se me concentrar, consigo sentir o cheiro e ouvir o barulho das pás (claro que é tudo uma reconstrução cerebral, mas porque não?)

Ouço vozes lá fora, vêm a caminho da minha sala
... logo agora que estava a gostar tanto de estudar...

sábado, 8 de março de 2008

Desenterrado

Disseram-me que escrever era juntar palavras... E foi o que fiz. Saiu:

"A Deus tu pedra flores eu vela água coiso amo-te microbiologia adeus"

E foi assim assim que eu fui quem não sou! Sou quem não eras mas já és. Fogo-fátuo. Não sei.

Talvez um dia nos voltemos a encontrar! Sinceramente, não me parece... Mas há quem diga que sim.

Um beijo.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Se não vais sair, diz que ficas. Preciso de palavras.
Não daquelas que toda a gente diz, banais, feitas e ditas pelos e nos filmes.
Preciso de palavras reais. Palavras que me mostrem o que fazes e dizes, o que vais fazer ou dizer.
Quanto ao resto não digas - eventualmente conseguirei sentir.

Se precisas de palavras abstractas, não estás com a pessoa certa - "I don't do ghosts." Só consigo falar sobre o que vejo, desculpa.
E se precisas que eu o diga (se calhar porque não o vês) então é melhor não ficares.
Desculpa.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

já cheguei
ao lugar de onde parti.
já perdi
o respeito que ganhei.
para onde vou agora
é algo que não sei.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Digam-me as diferenças entre:

'estar doente'
'sentir-se doente'
'comportar-se como doente'



(no fim, todos somos doentes de alguma coisa)

Eu podia dizer que sentia tudo o que escrevo aqui. mas não.
Vou ser rebelde e dar um tempinho de antena à Sofia, em vez da Truta...

"Estou cheia de mim e do meu mundo. Não me apetece fazer nada - fecho as janelas, ligo o candeeiro e imagino que daqui a pouco são horas de dormir.
Tenho exame amanhã e não consigo estudar, mesmo sabendo que a minha 'felicidade' futura depende dele. E depois?

Falam-me em comparências obrigatórias. NÃO QUERO. Só por isso NÃO VOU, porque já não seria eu. A Sofia. Apetece-me gritar e cortar-me (longe vão esses tempos). Preciso de ser verdadeiramente infeliz."

se eu me tentava enganar, consegui.
eu nunca faltaria a uma comparência obrigatória, eu nunca me voltaria a cortar, eu nunca voltaria a cantarolar canções doom só porque sim - a Truta não deixa.

Sorri. Fala. Tenta arranjar tempo para os compromissos obrigatórios mesmo quando já tens coisas marcadas de extrema importância.

Tudo está bem porque nada está mal.

Preocupa-te com os outros, sê ainda menos egoísta. Leva estalos de mão cheia e gosta, porque sempre foste burra e genuina.






(continua até ser mesmo hora de ir dormir, depois podes-te enroscar nos lençóis macios e chorar)

e sim, hoje senti as minhas palavras.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Foste. E eu Fiquei.


Saíste sem me dar um beijo, estava o incenso a arder e lounge no ar.
Deixaste ficar o casaco com o teu perfume e levaste o meu cachecol favorito.


Foste. E eu Fiquei.


Fiquei a ouvir o cd que me deste no 4º ano e a lembrar-me do dia em que parti o nariz e tu me deste a mão.
Fiquei com as saudades de quando nos sentávamos à sombra e tu me pedias para te fazer festas no cabelo.
Fiquei com as saudades dos dias em que cantávamos a "Breakfast at Tiffany's" às sete da manhã, antes de irmos nadar.
Fiquei com os vídeos dos dias quentes, dos dias frios, dos risos e dos abraços - só não ficaram gravadas as lágrimas da despedida.


Foste. E eu Fui contigo.


Ligas-me e dizes que tiveste a tocar em Trafalgar Square, que ouviste jazz no Underground e que só querias que eu visse o sax no club de jazz.
Ligas-me e dizes que nas férias eu tenho de ir ter contigo, que sem mim o inglês não tem piada porque não tem sotaque do Porto.
Ligas-me e perguntas-me se eu ainda estou aqui, se te posso cantar em português, porque assim não me percebes.

Eu digo que sim.
Só não digo " I love you" porque é demasiado banal para nós e porque ser assim amigo é muito mais que amor.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

pensamentos...

Deixa-me olhar-te nos olhos
E dizer sem falar.
Qual o sentido das palavras
Quando aprendemos a amar?

Deixa-me tocar-te as mãos
Sentir teu calor.
Qual o sentido da visão
Ao tocar o nosso amor?

O bater de um coração
Um sussurro perdido no vento
As lisas teclas de um piano
Que transmitem sentimento

Um abraço apertado
Com a ânsia de chegar
Fundo, tão fundo
Como o profundo azul do mar...

Pára!
Que dizes, louco coração?
És assim tão leviano
Que esqueças a razão?

Sim, és.
Sim, tens de ser.
Qual o prazer da loucura
Se não a deixarmos viver?