domingo, 18 de janeiro de 2009

Fica.

Dèja-vu.
Espirítos antigos na minha cabeça
Nenhum deles como tu.

Magoo-te deliberadamente
Pensamentos egoístas
Antagonistas do que sinto
Crianção de uma mente
Depravada!

Quero-te mas não sei como
Querer.
Na verdade, não sei viver...

Sei pedir
Não sei dar
Sei pensar
Não sei fazer
Tudo o resto é para esquecer!!

Tens razão:
Palavras são palavras
Não substituem as memórias
Memórias de palavras são inglórias.



No fim, eu é que desvalorizo.
O peixe morre pela boca
E a Truta não sabe o que diz...
Que infeliz! [história]



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eu não me esqueco
do que prometeste no sofá...



é para veres o tamanho da minha inconsequência!!



e todas as outras palavras que te disse eram verdade. eu não quero ser mais uma das que te mentiu.
estúpida, inconsequente, mas verdadeira.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Cheguei ao portão e olhei para baixo. As sapatilhas estão gastas, bonitas por estarem rotas e por já tantas vezes ali terem ido... Mudei a música no mp3, olhei em frente e entrei.

Preto e branco: a calçada com geometrias e simetrias num local assimétrico, irregular, tão cheio como vazio. Agora tenho de escolher o passeio, esquerda ou direita?
Gosto mais do caminho da esquerda - é mais simples, tem uma estátua gira e tem judeus por lá...
Vou andando, respirando aquele ar tão característico, e vejo as flores. Há tantas flores e plantas por aqui! E gatos também se passeiam entre as plantas! Gosto dos gatos, não gosto das flores.

E no meio de tanta gente, encontrei-te. Lá estavas, como sempre, a olhar para mim como se ainda ontem estivessemos estado ao telefone e tu te estivesses a rir das minhas calinadas. Estavas limpinho, lavado, deve ter sido da chuva... Não tinhas flores, eu também não (não gosto mesmo nada de flores), só trouxe o isqueiro e uma vela do queimador lá de casa
[parece que sempre que estou contigo tenho o queimador ligado].


Desculpa. Desculpa, desculpa desculpa... Eu queria ter-te visto da outra vez, queria ter acreditado no que dizias de forma desleixada, como se fosse tudo para o estilinho, queria ter atendido o telemóvel naquela noite. Queria ter ido ter contigo, tirar-te aquilo das mãos, abraçar-te e levar-te para minha casa para descansares - eu sei que gostavas de minha casa! Eu ligava os vinis antigos e ficávamos a ver filmes até adormecermos.
Tenho saudades tuas! Há tanta coisa para te contar e tu eras o único capaz de ouvir e gostar de mim (mesmo quando eu não gostava). Aposto que ias ter tanto para contar - eras tão diferente, a tua vida ia ser qualquer coisa para admirar e estudar - e eu ia ouvir e rir-me, dar-te na cabeça, mas ia ficar ali...

Desculpa, a sério! Faltei-te naquele dia e foi fatal. Provavelmente já te andava a faltar há muito tempo, perdida noutra pessoas que não valiam a pena.




[Pousei a vela e olhei para baixo. ris-te numa das poucas fotos a cores no meio de tantas fotos. sei que pouca gente te vem ver, pouca gente pensa em ti todos os dias. não rezei. não chorei.]



- Pedir desculpas aos mortos é pedir desculpas a nós mesmos -

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A veia porta.

A minha veia poética tornou-se só uma veia.

Onde antes pulsavam palavras belas e trabalhadas, comparações e outras formas de realce, agora corre apenas sangue...
Queria escrever uma epopeia sobre o que sinto por ti e sobre o que vivo contigo, com todos os detalhes, a sério que queria! Que escrever essa epopeia aos poucos, em cada mensagem que te mando, em cada palavra que te escrevo, mas não estou a conseguir.
Agora só consigo sentir o sangue a pulsar na veia, cada vez mais rápido quando estamos juntos! E escrever, só a as palavras mais básicas.
Palavras nunca serão suficientes para descrever ou transmitir a alguém o que é ter sangue nas veias.

A minha veia porta de eloquência fechou.
Ainda bem.