Ela estava numa encruzilhada, numa bifurcação do caminho.
Três semanas antes tinha enveredado por uma estrada, que se tornou uma autoestrada de emoções. Tudo lhe dizia que essa estrada era curva, mas ela só via rectas há sua frente - nada indicava que era preciso travar... Por isso deslizava no piso e gostava, sentia o vento e a adrenalina da liberdade, da felicidade, da primeira paixão verdadeira por si, pela vida, por outra pessoa.
Foram três semanas de palavras verdadeiras, digitais e analógicas, silenciosas às vezes.
De repente, foi vista por outros. E um muro apareceu à sua frente - perto, tão perto que ela se perguntou como não o tinha visto. E de cada lado desse muro apareciam duas estradas.
A estrada da esquerda parecia mais acessível, com uma curva menos apertada, uma estrada mais recta, mais lisa, uma estrada comum. Tinha riscos em pequeno grau, mas todos iam gostar que ela a seguisse.
A estrada da direita era íngreme, de paralelepípedos, tinha risco em grandes quantidades e apenas uma pessoa a apoiá-la. Ela sabia que essa era a pessoa certa, que tinha com vindo com ela na viagem da paixão, adrenalina, felicidade e amor daquelas três semanas e sabia que essa pessoa ia acompanhá-la durante muito tempo (se escolhesse a estrada dela).
Uma escolha solitária. Segundos pareciam anos, enquanto derrapava. A estrada da esquerda berrou, destruiu a estrada da direita - e o medo sobrepõs-se. Derrapou para um lado, [lembrou-se do amor] derrapou para o outro, mas o M E D O (imesurável entidade) puxou-a para a esquerda...
O caminho é mais fácil, a paisagem pode não ter beleza mas não é selvagem nem tem perigos: mas falta A pessoa. A pessoa que deu sentido à viagem e à vida.
Ela, a rapariga da encruzilhada, esqueceu-se no entanto de uma coisa - a dor. A dor tão forte que a imobilizou! A dor do vazio de já não ter companhia na viagem.
Agora está parada, na berma da estrada, a ver a região árida e a pensar nas três semanas - a sentir o que são remorsos e saudades.
A culpa era toda dela de não ter ido pela direita.
A dor fá-la chorar.
A saudade é profunda (e ainda há pouco derrapou!) e fá-la ficar a relembrar.
As viagens pararam. Não mais serão feitas.
O sorriso foi, mas tu ficaste.
Perdemos tudo, mas tu ficaste.
E vais ficar em mim, por mais que
percorras outras estradas...
Por mais que não me olhes,
O teu olhar vai ficar.
Por mais que não me fales,
A tua voz vai ficar.
E eu vou ficar na beira da estrada,
a estrada que escolhi,
enrolada a sentir a tua falta.
Três semanas antes tinha enveredado por uma estrada, que se tornou uma autoestrada de emoções. Tudo lhe dizia que essa estrada era curva, mas ela só via rectas há sua frente - nada indicava que era preciso travar... Por isso deslizava no piso e gostava, sentia o vento e a adrenalina da liberdade, da felicidade, da primeira paixão verdadeira por si, pela vida, por outra pessoa.
Foram três semanas de palavras verdadeiras, digitais e analógicas, silenciosas às vezes.
De repente, foi vista por outros. E um muro apareceu à sua frente - perto, tão perto que ela se perguntou como não o tinha visto. E de cada lado desse muro apareciam duas estradas.
A estrada da esquerda parecia mais acessível, com uma curva menos apertada, uma estrada mais recta, mais lisa, uma estrada comum. Tinha riscos em pequeno grau, mas todos iam gostar que ela a seguisse.
A estrada da direita era íngreme, de paralelepípedos, tinha risco em grandes quantidades e apenas uma pessoa a apoiá-la. Ela sabia que essa era a pessoa certa, que tinha com vindo com ela na viagem da paixão, adrenalina, felicidade e amor daquelas três semanas e sabia que essa pessoa ia acompanhá-la durante muito tempo (se escolhesse a estrada dela).
Uma escolha solitária. Segundos pareciam anos, enquanto derrapava. A estrada da esquerda berrou, destruiu a estrada da direita - e o medo sobrepõs-se. Derrapou para um lado, [lembrou-se do amor] derrapou para o outro, mas o M E D O (imesurável entidade) puxou-a para a esquerda...
O caminho é mais fácil, a paisagem pode não ter beleza mas não é selvagem nem tem perigos: mas falta A pessoa. A pessoa que deu sentido à viagem e à vida.
Ela, a rapariga da encruzilhada, esqueceu-se no entanto de uma coisa - a dor. A dor tão forte que a imobilizou! A dor do vazio de já não ter companhia na viagem.
Agora está parada, na berma da estrada, a ver a região árida e a pensar nas três semanas - a sentir o que são remorsos e saudades.
A culpa era toda dela de não ter ido pela direita.
A dor fá-la chorar.
A saudade é profunda (e ainda há pouco derrapou!) e fá-la ficar a relembrar.
As viagens pararam. Não mais serão feitas.
O sorriso foi, mas tu ficaste.
Perdemos tudo, mas tu ficaste.
E vais ficar em mim, por mais que
percorras outras estradas...
Por mais que não me olhes,
O teu olhar vai ficar.
Por mais que não me fales,
A tua voz vai ficar.
E eu vou ficar na beira da estrada,
a estrada que escolhi,
enrolada a sentir a tua falta.
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