segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Quem sou eu para fazer isto?
Quem sou eu para não o fazer?

É inevitável e dói, eu minto e minto e minto
Olho nos olhos e minto, se não todos os dias, pelo menos em muitos.

Quero sonhar com um lar, mas não devia, eu destruo tantos.
Não lares normais, com mãe, pai e cão, mas o lar interior - aquele que fica disponível depois do primeiro toque, aquele que devia ser privado.

Eu minto, minto e volto a mentir
Minto a mim mesma para tentar ser normal, mas eu não sou.
Já percebi que não tenho sentimentos, não devia esconder este facto, muito menos dar a entender o contrário.
Meu deus, já fiz isso a tanta gente e agora fiz a quem não devia.

E como criança que sou, despedaço o lar à distância, por mensagem, já que não tenho justificação plausível para o fazer, a não ser admitir que menti - e isso nunca.

Será que há mais gente assim?
Espero que não.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Carta

"Não me julgues pelas palavras que te escrevo, porque o faço na esperança de assim ser uma pessoa melhor.
Hoje não fui contigo porque não quis e apenas por isso - eu sou livre, não gosto de ter obrigações a não ser que seja absolutamente necessário.

Todos pensavam que eu seria a vítima, avisaram-me de como tu eras estranho e imprevisível, o típico garanhão sem coração e sem a mínima atenção ao que o rodeia.
O que eles não sabem é que tu não és assim, ou pelo menos comigo não és. Eu é que sou. Eu sou o frigorífico, não tenho nada para dar a não ser desilusão - o melhor de mim já tu o viste, acredita!
Não me sinto confortável a jogar contigo como jogo com tantas outras pessoas, provavelmente porque és honesto e eu, por poucos escrúpulos que tenha, fui bem educada (e isso ainda conta muito)

Durante tempos culpei a idade, depois passei a culpar a má sorte, bem como a sociedade - hoje chego à conclusão que sou eu que não me adapto e arrasto os meus destroços atrás de mim sem lhes sentir o peso...
Não quero que sejas mais um destroço, por mínimo que seja. Por isso vou acabar isto já e põr tudo em pratos limpos: eu sou a melhor amiga que tu algumas vez podes ter, quanto ao resto, esquece. Foge se conseguires.

Não te peço que percebas, mas aqui está uma maneira fácil de explicar: aquilo que tu uma vez fizeste na discoteca, mentir só por um beijo, eu faço sempre, todos os dias.
Eu tenho um vazio e preencho-o, agora que ponho em palavras até parece algo patológico (e provavelmente é) mas também não estou para me curar.
E não, isto não é um filme, ninguém vai aparecer para me remendar - já vários tentaram e no fim que se queimou foram eles. Eu não mudo.

Por isso foge. Escolhe alguém que te mereça, que tenha em si a característica de se dar e de te querer verdadeiramente, porque eu não o posso fazer.
ok, posso continuar contigo mais um tempo, mas isso não vai mudar nada, no fim vais perceber que só deste e que eu fui má e egoísta.

Espero que com isto percebas que apesar de frigorífico, eu ainda sei que estou a fazer uma coisa errada. Eu gosto de o fazer mas espero que me tornes uma pessoa melhor.
Só porque tu sim, és melhor, por mais que as outras pessoas digam o contrário.

Há desafinados que nem sequer têm coração."

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

voltar

Há um ano não venho a esta página, mas hoje vim outra vez e percebi que nada mudou.

Eu não mudei - continuo a andar em círculos, sempre com os mesmos objectivos, sempre com as mesmas dores, as mesmas paixões por quem só me faz mal. Duram dois dias, cinco dias, no máximo um mês (os objectivos e as paixões) e depois desaparecem e fico eu, um frigorífico cheio de restos com mais de um ano, que nunca vou conseguir tirar das paredes.
Agora aprendi o que é o verdadeiro sarcasmo, aquele que eu guardo só para mim, que no fundo são só mágoas ressentidas (eu sei bem que são) e que nunca vão fazer sentido.

A minha vida é um círculo, começou com a rapariga na encruzilhada e agora a rapariga está no vazio. Tenho mais 3 anos desde que aqui escrevi a primeira palavra - antes acreditava em tudo, agora não acredito em nada. Em N A D A nem em N I N G U É M.

Os namoros são completamente efémeros, duram menos do que um arranjo de flores, o ricardo reis é que tinha razão: nunca dês a mão a ninguém! O amor não existe, existe masoquismo e quem disser o contrário não viveu o que eu vivi.

Os amigos vão e vêm, nunca ficam. Podem voltar, mas nunca ficam. Ou então podem esperar por nós, mas vão ter sempre um recibinho daquilo que vão cobrar mais tarde.

Dói-me estar assim tão pouco crente. Também já não acredito em mim mesma, sei bem que me vou sempre deixar ficar mal e não vou conseguir lutar - eu gosto de desistir, de recomeçar de novo, clean slate - já não gosto de lutar.

Quero voltar a ter as luzes ao meu alcance, quero voltar a sentir que efectivamente tenho órgãos cá dentro, visto o meu coração só bater mais forte quando faço corridas de fundo.

Quero voltar atrás 3 anos, por favor. Tenho tanto de que me arrependo. Tenho toda uma vida em que seria feliz, fácil e sempre acompanhada das melhores pessoas, com fotografias sorridentes e viagens até a praia com os amigos ou dias de chuva a fazer trabalhos, mas feliz com saber que estava a fazer aquilo que queria.
Quero apagar todas estas facadas, voltar a confiar, voltar a apreciar todos os segundos sem pensar no que vai acontecer a seguir, ou pensar que amanhã já ninguém vai estar aqui para eu dizer 'somos os maiores, bebe essa merda de taco'.

Agora é tudo o que me resta, os momentos. As memórias bem podiam desaparecer...

Vou voltar a escrever aqui, porque quando escrevia aqui era triste, mas feliz.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

As luzes da cidade
Teimam em passar...
Portas e janelas fechadas
Em que não posso entrar.

A Paz das pessoas adormecidas
Cada uma com suas vidas
Trava o meu coração.
Não quero andar mais em contra-mão!

Uma casa para chegar ao fim do dia
Alguém para abraçar...
Se nem pedir sabia
Como podia amar?

A idade pesa
Com o que ficou por dizer
Por fazer
Por viver:

Passaram três meses
E não te consigo esquecer.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

É inevitável.

É inevitável pensar em ti a cada passo que dou
é inevitável pensar em ti como uma parte do que sou

Escrevi-te uma última vez mas cada palavra que escrevo é e, inevitavelmente, será para ti.
Se dizia que gostava de ti antes, o verbo mudou - parece que só quando perdemos valorizamos o que nos rodeia.

Um acaso juntou-nos mas não foi um acaso que nos separou...

Hoje saio e já nada vale a pena, é só para gastar as horas que já não te pertencem e já não me pertencem também.
Procuro-te em toda a gente, procuro os teus olhos, o teu cheiro. Não encontro e não vale a pena: não vale a pena beijar, se não é par sentir o teu sabor. Não vale a pena sentir, se não vai ser na tua pele que os meus dedos passeiam, se não é o teu pescoço que eu encontro.

Dói todos os dias saber que não vai ser igual.

Não acredito que gostasses de mim como dizias, senão não desistias como fizeste...
Mas sabes que mais? Não preciso que leias isto, não preciso que mais ninguém leia, só preciso de dizer ao Mundo que te amo, mesmo que não acredites. Pena que agora não haja ninguém que te possa confirmar isto por mensagem!

Amo-te. Mesmo.
Adeus.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Sabe bem ir para tua casa.
Sabe bem poder tirar o casaco, deitar-me na tua cama e roubar um beijo.
És a paz que não existe na minha cabeça.

Quero ficar contigo o máximo de tempo possível.

Por mais que queira escrever coisas bonitas, só sei dizer que contigo estou feliz!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Não percebo porque ando às voltas e não chego a lado nenhum.
Faço promessas a mim mesma que já sei que não vou cumprir, sujeito-me a situações indescritíveis por simples sadomasoquismo, por só mais um minuto desta vida.

Olho para mim e o que vejo não corresponde ao que sinto - as minhas decisões há muito que se tomam sozinhas e eu simplesmente observo, incapaz de reagir. Mas depois quem não dorme sou eu, não és tu!

O que te aconteceu que deixas toda a gente na corda bamba, sem saber sair mas com a plena consciência de que só estão ali a enfeitar?
Estou enfastiada comigo mesma, quero sair deste marasmo, deste inverno onde não chove mas também não está sol, quero um ponto de viragem que me faça querer acordar todos os dias.
Mas sei que ninguém está para virar o meu mundo de pernas para o ar.

Quem sou eu, que anda aqui a viver, a dizer que é feliz, a dizer que está bem com o bem dos outros, que abdica da sua felicidade para que os outros a tenham, que o único amor que tem na vida é a música?

És tão falsa Sofia, por favor. Já não enganas ninguém...
Admite, és uma concha vazia que não merece atenção, que não merece carinho verdadeiro, que não faz mais do que ser um entretenimento para os outros.
Admite oh animal.

sábado, 28 de novembro de 2009

Porque a minha vida é uma roleta russa
Com o carregador completamente cheio.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

é assim
curo as feridas de toda a gente
ninguém me cura a mim.


Acordei. Tudo é cimento de novo.
Pena que continue a doer!


é assim e sempre será
já não sei se o lema alguma vez mudará
nada dura para sempre
menos o facto de estar doente...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O universo é indiferente.
A ele não lhe interessa quem mente
Ou deixa de mentir!
O que somos no fim para ele:
Partículas, pó,
Mero acidente
Que se atreve a sorrir.

De nós nada restará,
Só a gravidade zero.
Toda a Humanidade finará
Deus não existirá
Nem o Amor, nem o Desespero...

Passam anos como dias
Desta existência acidental.
O tempo não existe, as utopias
São fogo intelectual
De guerra, anormal,
Não encontra alento no dia-a-dia natural.

Devia cada um viver livre
Na morte somos iguais...
Aderir ou não a um culto,
Ser correcto, dizer um insulto
No fim o coração não bate mais!

Seremos entao pó, humanos
Para qualquer insecto.
Indiferentes, como o universo
Sem nome, rosto ou verso.
Tanto o ladrão como quem foi correcto:

Partículas, pó,
Mero Acidente.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

SILÊNCIO!!!!
quem manda aqui sou eu.
a chefe morreu e a anarquia chegou - prepara-te!

dói mas vale a pena
toda a garrafa de álcool é pequena
quando não me quero lembrar de ti e dos teus gritos
nas casas de banho desta cidade...

tenho dito, estou a impôr-me
agora sou o ídolo de mim mesma
(não a modelo que vomita depois de comer)

a verdade também dói, temos pena
tu é que a vives, eu já saí dela
só ficou o pó que já cá estava

graças a ele não preciso de comer
só a música em mim e os dedos que escrevem
porque é que o chão está de lado?

anarquia interior
e exterior também
quero GRITAR por tudo o que não fiz
quero CANTAR todos os meus falhanços

este rio é mesmo bom pa reflectir
aposto que do outro lado se vai ouvir!
tenho kasabian na cabeca
e nos pés também
danço para ninguém

porque a minha voz se ouve da alfândega ao zoo
e ela é a potência de tudo o que faço
qual megafone?
gritarei enquanto posso!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

linhas

Linhas.
Preto no branco
Branco no preto
(e já não está lá)
Está aqui e eu sinto
Que escrever também é
Voar, Dançar, Saltar, Comer
e tudo
Ressaca da directa das linhas (e) de tudo o que vi
As palavras agora voam no céu
Embatem entre si
E tocam-se
Mas não há mal-entendidos

Palavras que voam
Não magoam
(mas também não curam verdadeiramente)

8.8.09

Dá-me um anjo que não saiba voar
Um cantor que não possa cantar
Fogo-fátuo que não sei explicar
A decadência dá-me vontade de rimar

Se já nem isto sei fazer, ando
E como não sei obedecer, mando
A andar e a mandar o mundo se ilude
E não acorda nem que a verdade se desnude!

Um anjo que não sabe voar sou eu
Cantores que não podem cantar caem do céu
Todos os verbos te poderia dizer
Menos um, que já nem sei escrever

Agora está-me sempre nos lábios
Mas não é para ti
No meio de tantos erros
Não sei qual o maior que cometi...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Death From Above 1979

'I don't need you, i want you'

eles disseram, eu reforço.
Para que fique bem explícito.
é tudo uma questão de querer e não de precisar...

eu não preciso do teu perfume na minha roupa, mas era agradável se tivesse
eu não preciso de trocar mensagens todos os dias, mas custa-me não o fazer
eu não preciso de te beijar, mas quero fazê-lo.

I don't need you, I want you [e é bem melhor assim]