Uma noite.
Um bar.
Não foi normal.
Olhei para ti e algo estava errado... Mas o quê? Roupas certas, cabelo certo, bebida certa.
Olhar errado? Como? Onde?
Eu achava que tinha as verdades na palma da mão - os 'nunca, jamais' - mas reparei que agora estavam no chão.
Eu cá não danço, mas tu dancaste até mim.
"Eu sei que já sabes."
"Já sei o quê?"
"Que eu sou eu!"
"Fogo, não tou a perceber. Devo ser lenta."
"Lenta? Não me parece. Acho que és rápida demais e não queres admitir. Porquê?"
Sorriste. E beijaste-me.
Pela primeira vez fiquei completamente sem ar. Não fechei os olhos e tu também não.
Sabias a vodka preta e cheiravas a mar. Não consegui pensar, deixei de ouvir, gelei completamente e incendiei logo a seguir
E saíste.
Deuses! fiquei a pensar naquilo o resto da noite, acordei contigo e fiquei assim a tarde toda. Até que me mandaste a mensagem:
"Ainda bem que não fechaste os olhos."
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