sexta-feira, 12 de novembro de 2010

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Há um ano não venho a esta página, mas hoje vim outra vez e percebi que nada mudou.

Eu não mudei - continuo a andar em círculos, sempre com os mesmos objectivos, sempre com as mesmas dores, as mesmas paixões por quem só me faz mal. Duram dois dias, cinco dias, no máximo um mês (os objectivos e as paixões) e depois desaparecem e fico eu, um frigorífico cheio de restos com mais de um ano, que nunca vou conseguir tirar das paredes.
Agora aprendi o que é o verdadeiro sarcasmo, aquele que eu guardo só para mim, que no fundo são só mágoas ressentidas (eu sei bem que são) e que nunca vão fazer sentido.

A minha vida é um círculo, começou com a rapariga na encruzilhada e agora a rapariga está no vazio. Tenho mais 3 anos desde que aqui escrevi a primeira palavra - antes acreditava em tudo, agora não acredito em nada. Em N A D A nem em N I N G U É M.

Os namoros são completamente efémeros, duram menos do que um arranjo de flores, o ricardo reis é que tinha razão: nunca dês a mão a ninguém! O amor não existe, existe masoquismo e quem disser o contrário não viveu o que eu vivi.

Os amigos vão e vêm, nunca ficam. Podem voltar, mas nunca ficam. Ou então podem esperar por nós, mas vão ter sempre um recibinho daquilo que vão cobrar mais tarde.

Dói-me estar assim tão pouco crente. Também já não acredito em mim mesma, sei bem que me vou sempre deixar ficar mal e não vou conseguir lutar - eu gosto de desistir, de recomeçar de novo, clean slate - já não gosto de lutar.

Quero voltar a ter as luzes ao meu alcance, quero voltar a sentir que efectivamente tenho órgãos cá dentro, visto o meu coração só bater mais forte quando faço corridas de fundo.

Quero voltar atrás 3 anos, por favor. Tenho tanto de que me arrependo. Tenho toda uma vida em que seria feliz, fácil e sempre acompanhada das melhores pessoas, com fotografias sorridentes e viagens até a praia com os amigos ou dias de chuva a fazer trabalhos, mas feliz com saber que estava a fazer aquilo que queria.
Quero apagar todas estas facadas, voltar a confiar, voltar a apreciar todos os segundos sem pensar no que vai acontecer a seguir, ou pensar que amanhã já ninguém vai estar aqui para eu dizer 'somos os maiores, bebe essa merda de taco'.

Agora é tudo o que me resta, os momentos. As memórias bem podiam desaparecer...

Vou voltar a escrever aqui, porque quando escrevia aqui era triste, mas feliz.

1 comentário:

Mary Lamb disse...

Entendo esse sentimento, mas deixa-me dizer-te que tudo passa.
Um beijo