Faço promessas a mim mesma que já sei que não vou cumprir, sujeito-me a situações indescritíveis por simples sadomasoquismo, por só mais um minuto desta vida.
Olho para mim e o que vejo não corresponde ao que sinto - as minhas decisões há muito que se tomam sozinhas e eu simplesmente observo, incapaz de reagir. Mas depois quem não dorme sou eu, não és tu!
O que te aconteceu que deixas toda a gente na corda bamba, sem saber sair mas com a plena consciência de que só estão ali a enfeitar?
Estou enfastiada comigo mesma, quero sair deste marasmo, deste inverno onde não chove mas também não está sol, quero um ponto de viragem que me faça querer acordar todos os dias.
Mas sei que ninguém está para virar o meu mundo de pernas para o ar.
Quem sou eu, que anda aqui a viver, a dizer que é feliz, a dizer que está bem com o bem dos outros, que abdica da sua felicidade para que os outros a tenham, que o único amor que tem na vida é a música?
És tão falsa Sofia, por favor. Já não enganas ninguém...
Admite, és uma concha vazia que não merece atenção, que não merece carinho verdadeiro, que não faz mais do que ser um entretenimento para os outros.
Admite oh animal.